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A Importância de nomear as emoções para melhorar a saúde mental

  • Foto do escritor: Gabi Carvalho
    Gabi Carvalho
  • 30 de jun.
  • 4 min de leitura
Varias mascaras de ceramicas

Você já parou para pensar em como nomear o que está sentindo pode trazer um alívio imediato? É como se, ao dar um nome ao que está acontecendo dentro de você, uma parte do turbilhão de pensamentos e sensações encontrasse ordem. Essa habilidade de nomear as emoções não é apenas um detalhe: ela é fundamental para melhorar a saúde mental e viver de forma mais equilibrada.


Vivemos em uma época em que somos constantemente bombardeados por informações, tarefas e cobranças. Em meio a tudo isso, muitas vezes nos desconectamos das nossas próprias emoções. Ficamos tão ocupadas tentando dar conta do mundo externo que esquecemos de olhar para dentro. Quando isso acontece, as emoções podem se acumular como um nó no peito, sem espaço para serem vistas ou compreendidas.


Nomear as emoções é um primeiro passo para lidar com elas. É como abrir uma porta: a partir do momento em que conseguimos dizer “estou triste”, “estou com raiva” ou “estou com medo”, deixamos de lutar contra um sentimento difuso e passamos a dar atenção ao que realmente está ali. E, com isso, surge a possibilidade de acolher, entender e cuidar desse sentimento.


Esse processo de nomeação traz clareza e ajuda a desfazer a confusão interna. Às vezes, sentimos um peso, mas não sabemos dizer de onde vem. Talvez seja ansiedade, talvez seja tristeza. Nomear nos dá o poder de reconhecer o que antes era apenas uma sensação desagradável. E ao reconhecer, podemos tomar decisões mais conscientes: será que preciso de descanso? Preciso conversar com alguém? Ou apenas respirar fundo e me permitir sentir?


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Além disso, nomear as emoções também tem um impacto direto no nosso sistema nervoso. Pesquisas em neurociência mostram que, quando verbalizamos o que estamos sentindo, áreas do cérebro responsáveis pela regulação emocional são ativadas. Isso significa que, ao dizer “estou com medo” em vez de apenas sentir o medo, você ajuda seu corpo a sair do estado de alerta e a encontrar mais equilíbrio.


Outro ponto importante é que, ao nomear as emoções, você também cria a possibilidade de se comunicar melhor com os outros. Muitas vezes, conflitos surgem porque não conseguimos expressar o que estamos sentindo. Dizemos coisas como “você me deixou mal” ou “você está me irritando” sem entender que, na verdade, o que estamos sentindo é frustração, medo de rejeição ou necessidade de apoio. Quando conseguimos dizer “estou me sentindo insegura” ou “estou me sentindo desvalorizada”, abrimos espaço para uma comunicação mais empática e autêntica.


Praticar essa nomeação não significa que as emoções vão desaparecer magicamente, mas cria um caminho para lidar melhor com elas. É um ato de auto-observação e cuidado. Um convite para olhar para dentro e se perguntar: “O que estou sentindo agora?” ou “Que nome eu daria para essa sensação que está surgindo em mim?”. Essas perguntas simples já são um ponto de partida poderoso.


Se você sente dificuldade em nomear as suas emoções, não se preocupe: isso é algo que se aprende com o tempo e com prática. Terapias como a Análise Bioenergética, por exemplo, ajudam muito nesse processo, pois trabalham com o corpo e as emoções, ampliando a consciência do que se passa dentro de você. Práticas de respiração, meditação e escrita também são aliadas nessa jornada.

Em um mundo que muitas vezes valoriza mais o fazer do que o sentir, nomear as emoções é um ato revolucionário.


É um jeito de dizer para si mesmo: “eu me importo com o que eu sinto”. E, a partir daí, cuidar de si mesmo com mais presença e compaixão.

Ao longo do dia, nossas emoções mudam como as ondas do mar. Às vezes, nem percebemos quando surge um aperto no peito ou uma tensão nos ombros. Mas, quando paramos para dar nome ao que sentimos, começamos a perceber essas mudanças com mais clareza. É como se colocássemos uma lanterna dentro de nós mesmos, iluminando os cantos escuros que antes pareciam confusos.

Se você quiser começar a praticar, aqui vão algumas dicas simples que podem te ajudar:


  • Pare por alguns minutos. Feche os olhos, respire profundamente e observe o que está acontecendo dentro de você.

  • Pergunte a si mesmo: “O que estou sentindo agora?”. Tente usar palavras simples como medo, raiva, alegria, tristeza, alívio, ansiedade, gratidão, orgulho, ciúmes, confusão.

  • Escreva. Às vezes, colocar no papel o que está passando pela sua cabeça e pelo seu coração ajuda a encontrar as palavras certas.

  • Compartilhe com alguém de confiança. Falar sobre as emoções com alguém que escuta sem julgamento pode trazer mais clareza e acolhimento.


O importante não é “acertar” o nome da emoção como se fosse um exame. O importante é abrir espaço para a escuta interna, sem pressa e com curiosidade. Essa prática simples é transformadora, porque cria uma ponte entre o que você sente e o que você precisa. Com o tempo, você vai perceber que, quanto mais você nomeia suas emoções, mais fácil fica lidar com elas, sem medo ou culpa.


Cuidar da saúde mental não é só algo que fazemos quando estamos em crise. É algo que podemos cultivar todos os dias, com pequenos gestos como esse: dar nome ao que sentimos. Pode parecer simples, mas tem um poder enorme de aliviar, reorganizar e trazer mais presença à vida.


Lembre-se: você não precisa fazer isso sozinha. Terapeutas, grupos de apoio e práticas de autocuidado podem ser aliados valiosos nesse caminho. O importante é começar, mesmo que seja com um passo pequeno.

E se quiser, compartilhe aqui comigo nos comentários ou me mande uma mensagem: qual emoção você percebeu em si hoje? Vamos conversar e, juntas, descobrir como podemos cuidar melhor das nossas emoções e da nossa saúde mental.


Com carinho

Gabi Carvalho

Terapeuta Psicocorporal

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