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Como seu corpo pode ajudar a liberar traumas

  • Foto do escritor: Gabi Carvalho
    Gabi Carvalho
  • 1 de fev.
  • 3 min de leitura
Bailarino de joelhos braços abertos

O que vem à sua mente quando ouve falar em "liberar traumas"?


Muita gente pensa que significa reviver o passado, voltar ao momento doloroso e tentar ressignificá-lo. Mas e se eu te dissesse que não precisa ser assim?


A ideia de que o trauma está apenas na mente é muito difundida, até porque a terapia verbal é a mais conhecida. Mas a verdade é que o trauma se manifesta no corpo. E muitas vezes, palavras não são suficientes para acessá-lo.


Pensa só: quando algo assustador acontece, seu corpo reage antes mesmo de você entender o que está rolando. Seu coração dispara, você pula, grita. Tudo isso acontece sem que você precise pensar.


Da mesma forma, quando vivemos emoções intensas como medo, raiva ou tristeza, o corpo responde. E se essa emoção for grande demais para lidarmos no momento, ele ativa um mecanismo de proteção, guardando a tensão em algum lugar.


Isso é um trauma: uma experiência emocional que ultrapassa nosso limite de tolerância. E, quando não conseguimos expressar essa emoção, o corpo a armazena. O resultado? Músculos travados, respiração curta, um organismo que nunca relaxa completamente.


Agora, pensa numa criança que canta e dança feliz, até que um adulto se irrita, lhe dá um tapa e manda calar a boca. O choque faz com que ela congele. Ela não entende o que fez de errado, mas seu corpo aprende uma lição: “Se eu me expressar livremente, posso ser punida”.


Anos depois, essa criança cresce e, já adulta, quer dançar numa festa, mas algo a impede. Ela sente um bloqueio, um desconforto, mas não sabe explicar. O trauma está lá, guardado no corpo.


O mais curioso é que nem sempre precisamos reviver conscientemente essas memórias para liberá-las. O corpo tem sua própria linguagem e, com os estímulos certos, pode soltar essas tensões acumuladas.


Agora, imagina uma garotinha cheia de entusiasmo que corre para abraçar a mãe depois de um dia divertido na escola. Mas a mãe, exausta e irritada, a empurra de leve e diz com frieza: "Sai daqui, me dá um tempo!"


A menina congela. O calor do abraço que esperava se transforma em um vazio no peito. Ela não entende o que fez de errado, mas seu corpo aprende uma lição: "Se eu demonstrar amor e buscar proximidade, posso ser rejeitada."


Anos depois, já adulta, ela se envolve em relacionamentos, mas sempre sente um desconforto inexplicável ao demonstrar afeto. Quando alguém tenta se aproximar emocionalmente, ela recua sem saber por quê. O trauma está lá, guardado no corpo.


Agora, imagina que essa mulher participa de uma sessão terapêutica. Durante um exercício, ela coloca as mãos sobre o peito, onde sempre sente um aperto. De repente, uma tristeza profunda surge. Ela sente vontade de chorar, e deixa acontecer. Minutos depois, percebe que a tensão cedeu, que algo dentro dela se suavizou. Ela não precisa lembrar do momento exato da rejeição, mas sente que uma parte dela finalmente encontrou acolhimento.


Nossos corpos guardam memórias muito além do que conseguimos lembrar conscientemente. Pequenos eventos da infância podem deixar marcas profundas que moldam nossos comportamentos, emoções e bloqueios na vida adulta. No entanto, assim como essas memórias ficaram registradas no corpo, é possível acessá-las e liberá-las sem precisar reviver cada detalhe da dor.


A cura acontece quando damos espaço para sentir, para reconhecer as tensões acumuladas e permitir que o corpo se expresse. Seja por meio de terapias corporais, práticas de autoconexão ou simplesmente pelo ato de acolher nossas emoções, podemos transformar padrões inconscientes e recuperar nossa liberdade de ser.


O corpo tem sua própria linguagem — e, quando aprendemos a escutá-lo, abrimos caminho para uma vida mais leve, autêntica e plena.

Se você sente que carrega bloqueios que te impedem de viver plenamente, talvez seja hora de dar esse primeiro passo. Vamos conversar? Agende uma sessão e comece essa jornada de reconexão com você mesma.


Gabi Carvalho Terapeuta Transpessoal, especialista em Psicologia Corporal (71) 9.8164-5979

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