Enfoque Psicológico do Filme Cisne Negro

Cisne Negro

O filme Cisne Negro é um drama psicológico que explora a obsessão, a paranoia, a autoagressão e a cisão da personalidade de Nina, uma bailarina que interpreta os papéis do Cisne Branco e do Cisne Negro no balé O Lago dos Cisnes. O filme pode ser analisado sob a perspectiva da psicanálise, que considera o sujeito do inconsciente, do desejo, da falta e da linguagem.

Algumas das temáticas psicanalíticas presentes no filme Cisne Negro:

• O conflito entre o princípio do prazer e o princípio da realidade, que se manifesta na tensão entre as demandas da dança e as obrigações impostas pela mãe de Nina.

• A temática do duplo e da ambivalência, que se expressa na oposição entre o Cisne Branco e o Cisne Negro, representando os lados opostos e contraditórios da personalidade de Nina.

• A alteridade e o sadomasoquismo, que se revelam na relação conflituosa entre Nina e Lily, sua rival e objeto de fascinação, projeção e introjeção.

• A batalha entre o superego e o id, que se traduz na busca pela perfeição e na repressão dos impulsos sexuais e agressivos de Nina.

• A cisão do ego de Nina, que resulta em alucinações, delírios e atos autolesivos, indicando um quadro de psicose.

• A mãe intrusiva, que exerce um controle excessivo sobre Nina, impedindo sua autonomia e maturidade, e projetando nela seus próprios fracassos como bailarina.

• A neurose, a psicose e a perversão, que são modos de estruturação psíquica que se relacionam com a forma como o sujeito lida com a castração simbólica e o complexo de Édipo.

• O nascer e o morrer como tarefas integrativas, que se referem à capacidade do sujeito de se adaptar às mudanças da vida e de aceitar a finitude.

• A pulsão de vida e de morte, que são forças antagônicas que regem o funcionamento psíquico e que se manifestam no desejo de criar e destruir.

• A realidade ou ilusão nas cenas do filme, que colocam em questão a capacidade de discernimento de Nina e do espectador sobre o que é verdadeiro ou imaginário.

Cisne Branco

O filme Cisne Negro é uma obra complexa e perturbadora, que retrata a angústia existencial de uma bailarina que se perde na sua própria arte. Nina é mais do que uma bailarina: é uma personagem trágica que sacrifica sua vida pela perfeição.

O que o filme Cisne Negro nos ensina?

O filme Cisne Negro nos ensina sobre uma personalidade obsessiva que se manifesta em vários aspectos da vida de Nina, a protagonista. Uma personalidade obsessiva é caracterizada por uma preocupação excessiva com organização, perfeccionismo e controle, que interfere na flexibilidade, eficiência e satisfação pessoal.

Algumas das lições que o filme nos traz sobre uma personalidade obsessiva são:

• Uma personalidade obsessiva pode ser motivada por altos graus de responsabilidade, exigência e busca pelo reconhecimento, que podem levar a pessoa a se dedicar excessivamente a uma atividade ou projeto, negligenciando outros aspectos da vida.

• Uma personalidade obsessiva pode gerar tensão e conflito nas relações interpessoais, pois a pessoa tende a ser rígida, teimosa e desconfiada dos outros, dificultando a delegação de tarefas, a cooperação e a comunicação.

• Uma personalidade obsessiva pode causar sofrimento psicológico e físico à pessoa, pois ela pode desenvolver sintomas como ansiedade, depressão, frustração, pessimismo, baixa autoestima, culpa, insônia, fadiga e somatizações.

• Uma personalidade obsessiva pode levar a pessoa a perder o senso de realidade e a ter alucinações, delírios e atos autolesivos, indicando um quadro de psicose, como ocorre com Nina no filme.

• Uma personalidade obsessiva pode ser tratada com psicoterapia psicodinâmica ou cognitivo-comportamental, que visam ajudar a pessoa a reconhecer e modificar seus padrões de pensamento, emoção e comportamento disfuncionais, e a desenvolver mais flexibilidade, tolerância e autoaceitação. Em alguns casos, também podem ser usados medicamentos antidepressivos ou ansiolíticos.

O filme Cisne Negro é um retrato dramático e impactante de uma personalidade obsessiva que se torna destrutiva para a própria pessoa e para os que estão ao seu redor. É uma obra que nos faz refletir sobre os limites entre a arte e a loucura, o prazer e o sofrimento, a vida e a morte.

Data de lançamento: 4 de fevereiro de 2011 (Brasil)

Diretor: Darren Aronofsky

Indicações: Oscar de Melhor Atriz, Oscar de Melhor Filme, MAIS

Bilheteria: 329,4 milhões USD

Roteiro: Darren Aronofsky, Andres Heinz, Mark Heyman, John J. McLaughlin