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O impacto do trauma no corpo: entendendo as memórias corporais

  • Foto do escritor: Gabi Carvalho
    Gabi Carvalho
  • 16 de jun.
  • 3 min de leitura

Mulher sentada chorando com uma pelucia na mao

Quando pensamos em trauma, é comum associarmos apenas aos acontecimentos que o provocaram — acidentes, perdas, violências, situações dolorosas que marcaram nossa história. Mas o trauma vai além da mente. Ele se aloja no corpo, moldando posturas, respiração, tensões e até mesmo sensações que muitas vezes não compreendemos de onde vêm.


Nosso corpo é o primeiro a registrar o trauma. Quando vivenciamos uma situação traumática, o sistema nervoso entra em estado de alerta: coração acelera, músculos enrijecem, a respiração se torna curta e superficial. É a resposta natural de sobrevivência, conhecida como “lutar, fugir ou congelar”. No entanto, mesmo depois que o perigo passa, o corpo pode manter esses registros, como se a ameaça ainda estivesse presente.


Essas memórias corporais do trauma não são apenas lembranças conscientes. Elas são fragmentos de experiência que ficaram armazenados no corpo, muitas vezes de maneira inconsciente. É por isso que, em determinados momentos, podemos sentir uma ansiedade repentina, uma tensão muscular ou uma dor inexplicável, mesmo sem estarmos em uma situação de perigo.


A ciência já comprovou que o trauma não fica apenas na mente. O neurocientista e psiquiatra Bessel van der Kolk, em seu livro “O Corpo Guarda as Marcas”, explica como o corpo armazena memórias traumáticas e como elas podem se manifestar fisicamente ao longo da vida. Isso nos mostra que, para lidar com o trauma de forma completa, precisamos incluir o corpo no processo de cura.


As memórias corporais são como ecos do passado que se fazem presentes no agora. Elas se mostram em gestos repetitivos, em dificuldades respiratórias, em dores crônicas ou em sensações corporais que parecem não ter explicação. Para muitas pessoas, o simples ato de parar, fechar os olhos e prestar atenção ao corpo pode trazer à tona emoções antigas e intensas.


Mas como acessar essas memórias e liberá-las? É aí que entram as práticas corporais. A bioenergética, por exemplo, é uma abordagem terapêutica que usa exercícios para ajudar a liberar as tensões musculares e permitir que as emoções reprimidas encontrem espaço para se expressar. Outras práticas, como o yoga, a dança, o toque terapêutico e a respiração consciente, também são formas de se reconectar ao corpo e acolher as memórias guardadas.


Quando começamos a trabalhar essas memórias corporais, podemos perceber mudanças significativas. Músculos que antes estavam sempre tensos começam a relaxar, a respiração se aprofunda, a sensação de bem-estar cresce. E, talvez o mais importante: nos sentimos mais presentes e conectados com quem realmente somos.


Essa reconexão com o corpo não significa que as dores do passado desaparecem de uma hora para outra. O processo de cura é gradual e exige paciência. Mas cada pequeno passo para liberar essas memórias permite que o corpo volte a confiar, a se abrir para novas experiências e a encontrar um estado de equilíbrio.

É fundamental lembrar que acessar essas memórias corporais pode despertar emoções intensas. Por isso, é recomendado buscar ajuda de profissionais especializados, como terapeutas corporais, psicoterapeutas ou facilitadores de práticas somáticas. Eles podem oferecer um espaço seguro e acolhedor para que essas memórias sejam trabalhadas de maneira cuidadosa.


Talvez o corpo seja o lugar onde nossas histórias mais verdadeiras moram — aquelas que as palavras não conseguem expressar. Aprender a ouvir o corpo é, ao mesmo tempo, um ato de coragem e um caminho para a cura.

Se você sente que carrega no corpo tensões ou dores que não têm explicação, ou quer saber mais sobre como práticas somáticas podem ajudar na sua jornada de cura, envie uma mensagem ou agende um encontro comigo. Vamos juntos escutar o que o seu corpo tem a contar.


Com carinho 💛

Gabi Carvalho Me siga no Instagram para mais conteúdos: https://www.instagram.com/gabicarvalho.br/

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